segunda-feira, 23 de março de 2009

Voltei (mais ou menos) ou Mais um blablablá sobre tradução

Olá a todos os piolhos, carrapatos e traças que frequentamo meu blog. Olá a todos os seres unicelulares que passam pelo meu computador, perfurando a rede interna com sua presença despercebida e, bem, única... Mas, principalmente, olá a todos os que leem o conteúdo que este autor aqui tanto se esforça em criar e escrever.
Como eu havia dito na última parte, tinha que tirar um descanço: as aulas estavam começando, estava meio sem ideias, trabalhos estavam ficando fixos, etc. Bom, tudo isso continua, mas agora eu consegui me organizar. Mais ou menos. O motivo principal que me traz de volta, contudo, não tem nada a ver com o que foi dito. Não.
O que me traz aqui novamente é o que eu percebi recentemente. Como eu disse vez e outra por aqui, eu sou um tradutor. Atualmente, apenas de trabalhos manuscritos, mas o objetivo é fazer um "upgrade" para a interpretação. Além de publicar, é claro. Mas o trabalho que mais me consome tempo agora é o da tradução de um romance. É um livro infantil, nos moldes de um Harry Potter/Coração de Tinta. Acho que isso resume bem a questão. Tenho traduzido bastante, feito mudanças, escolhas, reescrito, tudo isso inerente ao ato tradutório. Eu poderia encher uma página com teorias de tradução que aprendi na Faculdade, mas não creio ser necessário. Qualquer questão pontual que haja, posso me debruçar sobre ela mais detalhadamente em outro momento. O que me refiro agora é muito mais simples, mais primitivo que qualquer uma dessas teorias. Concerne, isso sim, ao ato da escrita.
Vejam bem, tenho diversos colegas na Letras (é o meu curso de graduação) que pregam que, quando lemos uma tradução, não lemos o escritor, e sim o tradutor. É a visão dele da história, da linguagem, são as escolhas que ele faz que vão parar na versão traduzida. Eu sou um pouco mais brando. Pessoalmente, eu vejo a tradução como um trabalho de co-autoria do tradutor. Ele se envolve com a trama, com os personagens, com a linguagem, com o tecido da obra (se é que tal expressão pode ser empregada). E a conhece tão intimamente que tem, sim, parcela de responsabilidade por seu conteúdo.
Contudo, traduzindo, vê-se que, por mais co-autor que eu seja, aquilo não é meu. Estou gostando de "auxiliar" a autora e transformar sua história e tudo o que lhe compete em algo genuinamente brasileiro, fruto da cor local, e não num turista genérico cheio de sotaque.
Contudo, repito, esse trabalho não é meu. Ao menos, não só meu. E eu notei como sentia falta de produzir algo que viesse de mim, que eu olhasse e dissesse: meu filho.
Os mais atentos verão imediatamente a semelhança do autor com Jonathan. Os menos atentos viram agora :p
E os que não leram devem ter ficado curiosos :P
Vejam bem, a minha ideia era fazer um agradecimento, e ao invés disso, vim "extravasar". Talvez esteja na hora de ligar para o meu psiquiatra. Ou talvez esteja na hora, isso sim, de escrever.
Estou preparando um conto em duas partes (sujeito a mudanças, vcs sabem) a ser "publicado", a partir de semana que vem. Me aguardarem.
Quanto aos agradecimentos, prometo que estarão no ar até, no máximo, sexta.
Aos que leram até o fim, um bônus.

Coisas de Criança

O garoto costumava ficar trancado no quarto por horas conversando com sua sombra. Ele parou no dia em que ela respondeu.

3 comentários:

Hermes disse...

Temos que ter cuidado com algumas traduções, algumas mudam muito o significado real do texto, como algumas das histórias de Conan, o bárbaro. É ter a fé de que o tradutor seja bom, ou então você tem que aprender a língua ahauhauah. E não precisa de psquiatra, quanto mais louco melhor, e a melhor terapia é escrever. Abraço, rapaz.

Pedro Henrique disse...

Concordo com o Hermes, quando mais louco melhor. Teu trabalho deve ser legal. Já fui um pouco desse ramo, eu traduzia video, tá, é totalmente diferente, é apenas um tipo de tradução. Vou acompanhar seu blog sempre que der, irei tbm te linkar no meu blog. Valeu ! E bom trabalho.

Siane disse...

Hey, eu não sou piolho! Sou piolhA.
Legal, e até meio depressivo esse post. Mas vai lá, Jonathan(!), sucesso com a nova criação! ;)

Beijão.